Quadrilha de traficantes e homicidas contava com advogados, policiais e servidores do Judiciário e do Ministério Público de Pernambuco

Foto: Divulgação/PCPE
De acordo com a Polícia Civil, a “investigação evidenciou um grupo criminoso bastante articulado no poder público. Há uma atuação voltada a prática de crimes violentos e também a de autores intelectuais. Mas houve uma minoria de identificados ainda na ativa”. A quadrilha era extremamente articulada e movimentava milhões de reais com dinheiro originário do tráfico de drogas e da associação para o tráfico, além de corrupção passiva de servidores públicos dos diversos Poderes.  Os nomes dos investigados não foram divulgados.

A Polícia Civil de Pernambuco deu detalhes da segunda fase da Operação Tarrafa, deflagrada na última quarta-feira, 17 e que resultou na prisão de 16 pessoas por crimes como homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Entre os presos, estão servidores e ex-funcionários do governo de Pernambuco, do Ministério Público de Pernambuco e do Poder Judiciário, além de advogados.

Durante a primeira fase da Operação, deflagrada em 2017, 41 integrantes da organização chegaram a ser presos, dentre eles um homem apontado como líder da quadrilha, apelidado como "Al Capone de Olinda", por seu poderio junto a integrantes das principais instituições do Estado e do Sistema Penitenciário.

 
“A operação original foi deflagrada em abril de 2017. Esta é a segunda fase para desarticulação desse grupo nessa atuação voltada a lavagem de dinheiro, crimes de colarinho branco. A quadrilha tem ex-policiais militares, policial militar reformado, policial civil, bombeiro militar, servidor do Ministério Público, servidor do Poder Judiciário”, disse o delegado Ramon Teixeira na coletiva de imprensa.

Ainda segundo o delegado, a “investigação evidenciou um grupo criminoso bastante articulado no poder público. Há uma atuação voltada a prática de crimes violentos e também a de autores intelectuais. Mas houve uma minoria de identificados ainda na ativa”. A quadrilha era extremamente articulada e movimentava milhões de reais com dinheiro originário do tráfico de drogas e da associação para o tráfico, além de corrupção passiva de servidores públicos dos diversos Poderes.

Segundo a Polícia, a organização tinha um núcleo financeiro para a lavagem de dinheiro, ocultação de bens e aplicação do dinheiro em empresas e negócios de fachada. O núcleo violento da organização era responsável pela realização de cobranças.

Os nomes dos alvos não foram divulgados.

OPERAÇÃO TARRAFA

Em 2017, a Polícia Civil deflagrou uma operação denominada Tarrafa, contra organização criminosa comandada por um detento do regime semiaberto que mantinha influência no sistema carcerário estadual para facilitar o comando de uma quadrilha apontada como responsável por 34 assassinatos, roubos e tráfico de drogas no Grande Recife.

Segundo a Polícia, o líder desse grupo, conhecido como o "Al Capone de Olinda", tinha um grande aparato de proteção no sistema penitenciário. Matava, roubava outros traficantes e fazia agiotagem. Na ocasião, 23 pessoas foram presas, a maioria delas no bairro de Peixinhos e arredores, daí porque o nome da Operação fazer alusão à tarrafa, tipo de rede de pescaria.

Na época, o delegado Gilmar Rodrigues, que comandou a operação, classificou o "Al Capone  de Olinda" como uma "verdadeira instituição financeira ambulante", com "grande aparato de defesa com policiais e agentes penitenciários."

Ainda segundo o delegado, o chefe da organização tinha tanto poder dentro do sistema carcerário que em uma oportunidade chegou a mandar uma viatura do sistema carcerário buscar um comparsa em uma audiência.



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