NOTA DE APOIO E VALORIZAÇÃO AOS SERVIDORES DO TJPE.
Por Marcondes Araújo*
Em texto datado de 19 de maio de 2015, intitulado “NOTA DE
APOIO AOS MAGISTRADOS DE PALMARES a AMEPE- Associação dos Magistrados do Estado
de Pernambuco”, na pessoa do seu presidente, ao defender os respectivos
filiados, acabou se referindo aos servidores do TJPE através de colocações que
não retratam a realidade da maioria dos servidores daquela casa. Entre outras
explanações, a referida nota afirmou: "Com relação à falta de qualificação
dos servidores, é bem de ver que estes, de há muito, pugnam pela melhoria de
suas condições remuneratórias, as quais se encontram defasadas em relação a
outras instituições, tais como o Ministério Público e a Justiça Federal, o que
tem provocado uma migração dos melhores talentos para outras
instituições."
No tocante às questões
salariais, o texto é relativamente correto, mas faltou o reconhecimento, pela
Entidade que representa a magistratura pernambucana (numa autocrítica que
beiraria a utopia), do olhar enviesado que o TJPE sempre teve entre seus
integrantes, tratando de modo diferenciado aqueles que ocupam os cargos de
magistrados, atendendo a todos os seus pleitos e deixando a míngua os demais
servidores do tribunal. Digo demais servidores, embora sejam pouquíssimos os
magistrados que se sentem parte dos servidores daquela nobre casa, tendo a
maioria o seguinte discurso pronto: " Nós, magistrados, não nos
confundimos com os servidores do TJPE, afinal, somos Membros do Poder e
recebemos Subsídios." A contrário senso, na hora de receberem auxílios,
como o legal, mas imoral, aético, indecente e constrangedor, auxílio- moradia,
que é uma verdadeira dilapidação ao erário público, se apresentam como
servidores públicos, sem o menor pudor.
Trata-se de uma constatação verdadeira a referência do
aludido texto ao TJPE, ao mencioná-lo em outros termos como “casa de passagem”.
Muitos dos servidores que ali ingressam, estão em um ritmo acelerado de estudo
para concursos públicos, se preparando para vários certames, não pestanejando
duas vezes antes de mudarem de endereço, migrando para instituições que tratam
condignamente seus servidores. Não só os valorizam com melhores salários, mas
com o verdadeiro respeito, como é o caso do MPPE, em que, por exemplo, o
auxílio-alimentação é idêntico para os servidores daquela casa, sejam eles
promotores ou não. Afinal, por lá, o trato digestivo não parece se diferenciar
pelo cargo ocupado.
A insatisfação dos
servidores, que não fazem parte da magistratura, com o tratamento que o TJPE
lhes dispensa, é tão gritante que muitos optam em sair de um cargo de nível
superior, para trabalharem em outros órgãos em cargo de nível médio.
Em dois pontos da
nota, porém, nós somos obrigados a discordar: o primeiro fala de uma suposta:
“Falta de qualificação dos servidores” e o segundo é a afirmação, categórica,
que há: "Uma migração dos melhores talentos para outras instituições”.
Discordamos sem ressalvas dessas duas infelizes colocações, pois a maioria, dos
servidores do TJPE, que foi embora, e a dos que deseja ir é tão boa e
qualificada quanto os que decidem permanecer naquela casa.
Saibam os senhores que os servidores que decidem seguir
carreira no TJPE não são: derrotados, desqualificados ou despreparados. A
maioria dos que trabalham nesse tribunal são servidores qualificados,
experientes e preparados. É comum encontrar entre eles, pessoas de alto nível
acadêmico: desde uma ou mais graduações, até às variadas pós-graduações, quando
não, mestrado e doutorado. Estes profissionais serviriam bem a qualquer tribunal
ou repartição pública deste país. São estes, os servidores, responsáveis pelas
metas alcançadas pelo TJPE, que fazem aquele Tribunal receber o reconhecimento
do próprio CNJ, atingindo meta após meta estipulada por aquele Conselho; são
estes, os servidores, que dedicaram e dedicam os melhores anos de suas vidas a
um tribunal que não lhes dá o menor valor, que não coíbe o assédio moral a que
estão diariamente submetidos, por alguns chefes e magistrados(as).
Recordo-me de um
discurso feito pelo atual presidente de TJPE, Desembargador Frederico de
Almeida Neves, na inauguração da sala de mediação e arbitragem no Fórum de
Jaboatão dos Guararapes, no qual ele dizia que: “Magistrados e Servidores estão
no mesmo barco”. Vi em seus olhos muita sinceridade, porém, se nada for feito
para melhoria das condições remuneratórias e laborais dos servidores em sua
gestão, através da aprovação da progressão funcional, mais uma vez o Titanic do
“Tjotinha”, como o Tribunal é chamado por muitos, naufragará e deixará seus
servidores presos nos porões a eles sempre destinados. Enquanto isso a
magistratura busca refúgio nos botes de luxo da URV, da PAE (Parcela Autônoma
de Equivalência), nos auxílios, (todos desejados e pagos a quem recebe
subsídios), e Redução de Entrância (que estar por vir), fora outros benefícios
que só atendem àqueles que, embora servidores públicos daquela nobre casa, só
enxergam a si como os verdadeiros Membros do Poder, a quem o Judiciário deve de
tudo prover.
Recife, em 24 de maio de 2015.
*Marcondes Araujo,
servidor público (Vocacionado e com muito orgulho), ocupante do cargo de
Oficial de Justiça do TJPE. Mat. 173914-0
PARABENS pela abertura deste espaço para os servidores do TJPE! Faço minhas a palavras do nosso colega !!!!
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