Pra não dizer que não falei sobre o PT
OPINIÃO
Uma das razões pelas quais o PT virou refém do PMDB e, por consequência,
o governo Dilma, é o fato de que petistas têm um problema de auto-crítica. Uma
visão distorcida da realidade que os leva a olharem sempre para o próprio
umbigo, ignorando a realidade que os cerca e, narcisisticamente, transferir
suas responsabilidades e culpas para o outro. Essa mesma limitação levou o PT
de Pernambuco, por exemplo, a virar um satélite do PSB do ex-governador Eduardo
Campos, que comanda o Diretório da Capital e vários diretórios do PT pelo
interior. O mesmo se pode dizer no Ceará, onde o governador foi eleito pelo PT,
mas bate continência para o ex-governador Cid Gomes, do PROS.
Tão logo assumiu
seu segundo mandato, conquistado não por força da militância petista, mas da
militância de esquerda, que acreditou que Dilma era sincera quando prometia uma
guinada à esquerda, a presidenta traiu as expectativas daqueles que haviam lhe
dado um voto de confiança, nomeando um Ministro da Fazenda ligado ao PSDB e,
portanto, disposto a implantar toda a política neoliberal que Dilma e o PT
rechaçaram durante a campanha e contra a qual seus eleitores votaram, uma
ministra da Agricultura ruralista e, logo nas primeiras canetadas, retira
direitos dos trabalhadores que nela haviam votado, justamente para que as
conquistas sociais dos últimos 12 anos não fossem colocadas em risco, por um
eventual governo tucano.
É claro e cristalino que aqueles que votaram em Dilma
para não verem um governo tucano e que foram o fiel da balança para sua eleição
apertadíssima, viram nesses atos uma grande traição ao que foi prometido por ela
e pelo PT durante a campanha e têm todo o direito de manifestarem não apenas
sua decepção, mas seu repúdio com a ruptura do compromisso assumido. Mas o que
fazem os petistas? Em vez de fazerem a auto-crítica e reconhecerem o
estelionato praticado contra aqueles que de boa fé ajudaram a eleger sua
candidata, partem para o ataque e para ofensas insanas contra aqueles que foram
claramente vítimas de uma campanha que vendeu uma proposta, mas que ao assumirem o governo implantaram a política do derrotado, daquele candidato que os eleitores
não escolheram. Com quem o PT e Dilma fizeram pacto, afinal, foi com seus mais
de 50 milhões de eleitores ou foi com os derrotados que, afinal parecem ter sido os que de fato venceram as eleições? Ao optarem pela política dos
derrotados, o PT e Dilma fizeram a opção pelo caminho mais fácil e deram as
costas, abriram mão, do apoio popular. Hoje só contam com o apoio de seus
aparelhos, como CUT, MST e militância petistas. A prova disso é a
impopularidade do governo e da presidenta que chega aos mesmos níveis do
governo nefando de Fernando Henrique Cardozo. Mas ainda assim, isolado e refém
do PMDB de Eduardo Cunha, o PT e os petistas preferem bater nos mensageiros do
que ler e digerir as mensagens e alertas que chegam a todos os momentos. E aqui
nem se precisou falar em corrupção.
Não concordo com suas colocações.O PT está nessa situação justamente pelo inverso do que você descreve.Está nessa; por ser republicano demais , e não ter aparelhado o Estado,assim como fizeram PMDB,DEM e PSDB.É bem verdade, que quando assumiu em 2003 não tinha quadro para isso,mas lá se vão 12 anosjá poderia ter feito e não fez; segue republicano.Você queria o que; que Dilma em campanha tivesse o mesmo programa do PSDB? ou preferia que ela deixasse o País quebrar e a população a míngua após a crise mundial de 2008?Seria melhor você confessar que gostaria que Aécio ganhasse...a hora de bater e criticar o PT já passou...Ou você milita no campo progressista ou monta um blog apoiando a direita...
ResponderExcluirConcordo com Luis Craveiro.
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