SAMU, COM DEFICIÊNCIA DE AMBULÂNCIAS, DEMORA DUAS HORAS PARA PRESTAR SOCORRO NO ENGENHO DO MEIO
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Foto: Noelia Brito |
Ontem, pela manhã, ao sair de uma audiência na
Justiça do Trabalho, deparei-me com uma cena que acredito ser a rotina
vivenciada por nossa população que necessita utilizar os serviços públicos de
saúde, inclusive porque banca esses serviços através de uma das mais altas
cargas tributárias do mundo.
A foto que, infelizmente, ilustra esta postagem, foi
tirada por mim, ontem, na Rua Lindolfo Collor, que passa ao largo do prédio da
SUDENE, ali no Engenho do Meio e retrata o momento em que, finalmente, um
cidadão foi socorrido pelo serviço do SAMU, isso, após passar quase duas horas
deitado na rua, inconsciente e sob sucessivos ataques convulsivos, porque,
mesmo acionado por diversas pessoas, inclusive esta que vos fala, não podia
prestar o pronto atendimento, como devido, em razão da “existência de poucas
viaturas disponíveis”. Vocês acreditam nisso?
É claro que não vou postar aqui, por respeito à
dignidade do cidadão, a foto dele estendido na rua, aguardando atendimento, com
algo que se assemelhava a uma sonda coletora de urina exposta, pois segundo o
rapaz que o acompanhava, aquele senhor havia se submetido recentemente a uma
cirurgia. Mas fiz o registro, para repassá-lo às autoridades competentes, para
que investiguem a destinação dos recursos que deveriam estar sendo aplicados no
aparelhamento desse sistema que foi e tem sido mote de campanhas eleitorais,
inclusive com desfiles de ambulâncias pelas ruas da cidade. O pedido de socorro
que fiz foi protocolo sob o nº 694986, mas insisto que quando cheguei ao local,
ao sair de minha audiência, já havia pelo menos uma hora que outros transeuntes
haviam acionado o atendimento do SAMU.
Não fossem as milhares de campanhas recomendando não
mexer ou deslocar as pessoas acidentadas nas ruas, nós mesmos teríamos feito o
transporte para um hospital mais próximo, tamanha a agonia e o desespero que
aquela espera, causada pela inoperância do Poder Público nos afligia, ainda mais que o senhor, não sei se por alguma
lesão ocasionada pela queda ou pelas convulsões, já começara a sangrar.
Ao ligar para o atendimento do SAMU, ouvi que já
estavam cientes da situação daquele senhor, mas que a única coisa possível a
ser feita era esperar, já que havia deficiência de viaturas. Aquilo já me
causou uma espécie de revolta, mas não quero imprimir cunho emocional a esse
texto, por isso deixei para escrevê-lo somente hoje. É que na hora, lembrei que
o prefeito e o vice-prefeito andam pra cima e pra em carros de alto luxo,
blindados, cujos alugueis são pagos com o meu dinheiro, com o dinheiro daquele
cidadão ali caído aguardando atendimento, que não vinha “por falta de viaturas”,
pagos, enfim, com o dinheiro daqueles cidadãos que estavam ali, agoniados e
ligando insistentemente para tudo que era serviço de socorro, para ver se alguém
se sensibilizava e vinha acudir aquele ser humano em visível agonia.
Lembrei, também, da dinheirama que a PCR gasta com
alugueis de carros para que vários cargos comissionados se desloquem
confortavelmente às nossas custas e, lembrei, por fim, da outra fortuna que o
povo pessimamente assistido pelo SAMU paga pelo aluguel de carros, contratação
de motoristas e auxílio combustível para vereadores.
Inadmissível, portanto, que ao se ligar para um
serviço de emergência como o SAMU se escute do outro lado que há carência de
ambulâncias. Isso só acontece por total falta de competência, transparência e
compromisso social de uma gestão e é isso que é a gestão do PT, não apenas de
João da Costa, mas do PT, à frente da Prefeitura do Recife nos últimos 11 anos.
Nas próximas postagens, ainda hoje, eu vou provar, com números e documentos, o
porquê.
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