Em vez de mandar apurar denúncia de corrupção na compra de vacinas, Bolsonaro quer que Polícia Federal investigue quem fez a denúncia

 

O servidor Luis Ricardo Miranda revelou ter denunciado a fraude pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro, em encontro (Foto: Reprodução)

Tão logo veio à tona a informação de que o presidente Bolsonaro foi informado pessoalmente de que o Ministério da Saúde teria comprado vacinas Covaxin com superfaturamento de 1000%, o presidente mandou a Polícia Federal investigar os denunciantes, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que levaram a denúncia ao conhecimento do presidente.

O fato levanta ainda mais suspeitas de envolvimento do presidente ou de pessoas de sua extrema confiança nos fatos denunciados, pois o natural seria que Bolsonaro pedisse investigação das denúncias e não contra denunciou.

O pedido de investigação foi anunciado nesta quarta-feira (23) pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, em entrevista para falar do caso, onde o assessor de Bolsonaro disparou citações bíblicas em meio a ameaças contra os dois denunciantes, a quem tratou como traidores.

"O presidente determinou que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luis Miranda, sobre as atividadades do seu irmão, servidor público do Ministério da Saúde, e sobre todas essas circustâncias expostas no dia de hoje", disse Lorenzoni.

Lorenzoni, além de omitir qualquer menção a investigações sobre o superfaturamento, que, inclusive, já é investigado pelo Ministério Público Federal, disse que o governo pedirá um processo disciplinar contra o servidor, além de apurações sobre denunciação caluniosa, fraude processual e prevaricação.

Ao Ministério Público Federal, o servidor denunciante revelou ter recebido uma pressão “atípica” para agilizar a liberação da vacina indiana, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech.

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse nesta quarta-feira (23) que alertou Bolsonaro, em 20 de março, sobre possíveis irregularidades na compra e que na época o presidente prometeu acionar a Polícia Federal para investigar o caso.

O parlamentar afirmou que não recebeu retorno do presidente ou da PF. "Não era só uma pressão que meu irmão recebia. Tinha indícios claros de corrupção", declarou o parlamentar bolsonarista, que agora virou alvo da cúpula do governo Bolsonaro.


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