EMPREITEIRAS TENTAM CRIMINALIZAR TRABALHADORES DE ABREU E LIMA. LUCRO ACIMA DE TUDO!
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FOTO: JC ON LINE |
Como todos sabem, durante o movimento paredista ocorrido na semana passada, ônibus foram queimados e integrantes do SINTEPAV, o Sindicato representativo dos trabalhadores foram rechaçados, por suas condutas contrárias aos interesses da categoria que deveriam representar, gerando, o que o próprio Ministério Público do Trabalho chamou de crise de representação sindical. Isso está nos jornais.
Feito
esse pequeno histórico, voltemos à atitude
oportunista da patronal, isso para dizer o mínimo, de aproveitar o ocorrido para se livrar dos
trabalhadores, mediante uma justa causa forjada, que lhes subtrai o mínimo que são as verbas rescisórias, o que para a patronal é
apenas dinheiro, mas que para os trabalhadores representa a própria sobrevivência.
Além
disso, a justa causa, embora esteja calcada em suposta insubordinação pelo não cumprimento da
determinação judicial de pronto retorno
ao trabalho, traz em seu bojo, ainda, acusações gravíssimas de participação em atos de vandalismo, o que implica, sem sombra de
dúvidas, na tentativa descarada de criminalização do movimento paredista, como forma de coibí-lo com
mais truculência do que a já observada
através dos descontos dos dias
parados e das demissões puras e simples.
Conforme
afirmado no início, a prática não é nova e se reveste de calúnia evidente, quando sequer
são apresentadas quaisquer provas contra esses trabalhadores e que, apesar
disso, já são expostos como se fossem criminosos, no exato momento em que são
barrados na porta de entrada de seus locais de trabalho, à vista de todos,
inclusive da imprensa que acompanha o caso, mas com toda a omissão do SINTEPAV, que se faz de
cego, surdo e mudo para os desmandos da patronal.
O que
se vê hoje em SUAPE nos remete ao que ocorreu recentemente nas obras das Usinas
Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, onde vários trabalhadores foram
presos, sem o devido processo legal e
submetidos a tortura e em condições
degradantes em presídios e outros estão ate hoje desaparecidos.
O caso
de Jirau e Santo Antônio já está, inclusive, sob investigação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, onde
o operário Raimundo Braga Souza, de 22 anos, prestou depoimento denunciando
que foi detido e torturado por policiais que fazem a segurança dentro da usina. A
tortura, segundo Raimundo, durou das 2 horas da manhã até às 6h30 do dia seguinte, para que confessasse
participação
na greve e no incêndio dos alojamentos da Camargo Correia. Depois, ele
teria ficado 54 dias detido, sem o devido processo legal.
Em seu depoimento,
Raimundo disse que mesmo sendo pobre merece respeito e que não faria nada
daquilo que o acusaram, mesmo porque precisava do trabalho. Contou ainda que as
condições
de prisão
foram sub-humanas, degradantes, sem água para beber, sem ter como escovar dentes e
tomar banho: “A cela tinha três metros de comprimento por metro e meio de
largura. Tinha mais seis pessoas. Não tinha colchão, era no chão puro”.
Segundo o jornal Valor Economico, Raimundo foi levado à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) pelo representante da Liga Operária, Gerson Lima e José Pimenta, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo). O depoimento tambem foi acompanhado pelo vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal, Emens Pereira de Souza.
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FOTO: ABRAPO |
Como se vê, é necessário que a classe trabalhadora se mobilize urgentemente em defesa dos trabalhadores de SUAPE, a exemplo do que ocorre na defesa dos trabalhadores de Jirau e Santo Antônio, pois já se deu por iniciada uma verdadeira caça às bruxas nos moldes kafkianos, bem ao gosto do Estado policialesgo e inquisitorial que se está querendo resgatar em nosso País, especialmente em Pernambuco, onde o modelo chinês de desenvolvimento encontrou, em SUAPE, um campo extremamente fértil, pelas mãos oportunistas da Frente Popular.
Os trabalhadores de SUAPE estão sendo atacados covardemente pelo Estado, pelo capital, representado pelas empreiteiras e estão abandonados a sua própria sorte, uma vez que que seu sindicato tem ligações carnais com a patronal e com um dos partidos que dão sustentação aos governos que a nível nacional e local se puseram de cócoras a serviço dos patrões.
Toda a classe
trabalhadora de todas as categorias tem o dever de estar unida em defesa de
nossos companheiros de SUAPE, em especial da Refinaria Abreu e Lima, ora
vítimas dessas calúnias e perseguições, sendo vítimas da ganância dos políticos
e dos empresários que os patrocinam. Ontem houve um debate entre candidatos à
prefeitura do Recife. Nenhum deles ousou falar sobre esse assunto, pois todos
são reféns dos interesses dessas mesmas empreiteiras que sugam o sangue dos
trabalhadores em SUAPE, JIRAU, SANTO ANTONIO, ARENAS DA COPA, pois o que estão
disputando são os bilhões que serão distribuídos a esses mesmos vampiros. Não
disputam propostas para melhorar a vida da classe trabalhadora, disputam a
chave do cofre. Pensem nisso! E ajam!
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Operário de SUAPE desmaia ao ser informado da demissão por (in)justa causa |
(1) http://www.valor.com.br/empresas/2745094/camara-apura-denuncia-de-tortura-em-jirau
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